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Agênero é liberdade!

Estava eu em um chá de fraldas quando chega uma pessoa e diz: “Que linda a decoração! Cor de menina...”. A “cor de menina” em questão era (como talvez você tenha automaticamente imaginado) o rosa. Por que estou contando isso aqui? Porque essa frase me fez mais uma vez refletir sobre as limitações a que estamos sujeitos.

Desde que me conheço por gente, como se diz por aí, eu adoro visitar armários e sessões masculinas. Agora mesmo, por coincidência ou não, estou escrevendo esse texto e visto uma camisa do meu noivo: olhei pra ela, ela sorriu pra mim e resolvemos nos divertir juntas hj!


Há tempos mulheres usam referências masculinas em suas roupas: terninhos, camisas e outras tantas peças remodeladas para dar um toque mais feminino. Na década de 20, Coco Chanel criou roupas para mulheres a partir das peças masculinas, uma ousadia e tanto para a época e desde então as referências estão aí. O rosa já entrou no guarda-roupa masculino, mas sem muita força. Agora o que vem ganhando espaço é o agênero.


O uso de roupas agênero está diretamente ligado à liberdade e justamente por isso ganha força, pois liberdade é autoconhecimento, é entender a moda como uma ferramenta de expressão. Houve um tempo em que a moda ditava o que usar. Hoje o comportamento dos consumidores é que dita à moda o que fazer.


Encontrar roupas sem gênero que me agradam não está sendo fácil, pois o que vemos muito por aí são roupas sem preocupação com o caimento, cartelas em branco e cinza, as flores e cores delicadas não aparecem muito (a ideia de que os homens não usariam é forte ainda). Claro que entendo essa dificuldade em criar peças que fiquem bem para todos os tipos de corpos, mas continuo esperando mais.

Eu continuo na dúvida se as marcas mais populares conseguiram pegar exatamente a essência do que significa uma moda sem rótulos. São poucas as que me convenceram, mas mesmo assim, mesmo com muitas não entendendo bem a questão, fico super feliz de ver que a uma moda sem rótulos e com muitos nomes (plurissex, unissex, no gender, agênero), está abrindo muitas mentes e fazendo compreender que a moda vai muito além de padrões.

E por aqui, continuo sócia do guarda-roupas do Sr. Jazzner Messa!



De perfil,
no perfil!

Gaúcha, taurina,

balzaquiana,blogueira,

colunista, apresentadora,

apaixonada por música (tanto

que casei com um baterista e arrisco-me produzindo uma banda), adoro a moda, mas nem tanto o modismo.

Foto: Renata Schirmer
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